domingo, 31 de março de 2013

MUITO ENGRAÇADO - MULHER MARAVILHA DO NORDESTE


O INCRÍVEL CASO DAS FORMIGAS-ZUMBI



O INCRÍVEL CASO DAS FORMIGAS-ZUMBI

As formigas são caracterizadas, principalmente, pela sua organização em sociedade, ou seja, cada indivíduo apresenta um grau de cooperação no grupo, comunicação e divisão do trabalho. No entanto, essa propriedade é “posta em xeque” quando o organismo é parasitado por um fungo capaz de alterar radicalmente o seu comportamento, transformando-o em formigas zumbis.



Os esporos do fungo responsável por esse estado, cujo nome científico é Ophiocordyceps unilateralis, invadem o organismo das formigas da espécie Camponotus leonardi por meio de poros distribuídos pelo corpo das mesmas, dando início a todo o processo. Tal espécie de formigas vive, em geral, nas copas de árvores, no entanto, podem passar pelo chão e, dessa forma, serem infectadas pelo fungo.
Uma vez no organismo da formiga, o fungo passa a dominar completamente o comportamento das formigas (por mecanismos ainda desconhecidos): o andar fica desordenado, em círculos, em ziguezague, parecido mesmo com um zumbi, daí a expressão formigas zumbis. O sistema nervoso central e as fibras musculares da formiga são os alvos do parasita, pois somente dessa forma conseguem controla-las. Assim, é possível fazer com que tais insetos migrem para um local úmido e frio, ambiente ideal para o desenvolvimento e reprodução do fungo.
Quando no local determinado pelo fungo, a formiga contaminada tem sua mandíbula manipulada pelo parasita e é induzida a morder uma folha de plantas rasteiras, geralmente na parte inferior. Depois disso, a hospedeira morre e o fungo passa a se alimentar do seu corpo, utilizando, sobretudo, os carboidratos que compõem seu exoesqueleto. Em algumas pesquisas a respeito das formigas zumbis, foi verificado que, durante o período em que os fungos se nutrem delas, a parte externa do corpo desta fica ilesa, de maneira que outros microrganismos não percebam que há ali uma fonte de alimento. Foi visto, ainda, que a mandíbula da formiga também permanece ilesa, para que o corpo se mantenha fixo à folha.
A combinação do ambiente perfeito com uma fonte de nutrição torna o fungo totalmente capaz de crescer e se reproduzir. Agora desenvolvidos, os fungos rompem a cabeça da formiga, se libertam da carcaça e migram novamente em busca de novos hospedeiros, dando continuidade ao ciclo.
Existem alguns estudos a respeito das formigas zumbis, mas muito se tem a esclarecer sobre esse processo, como, por exemplo, a forma com que o fungo controla o comportamento das hospedeiras; de que maneira e em até que ponto as formigas são susceptíveis a esse parasitismo; o motivo pelo qual os fungos escolhem as formigas; se existem estratégias de defesa das formigas contra o ataque dos fungos, além da expulsão daquelas infectadas; o que determina exatamente o abandono do corpo das hospedeiras pelos parasitas; como age a outra espécie de fungos (Tremella fuciformis) que ataca os causadores das formigas zumbis, entre outros questionamentos.

O parasitismo não é um fenômeno muito raro. Em geral, ocorre quando um dos organismos, chamado de parasita, vive à custa de outro organismo, chamado hospedeiro. Parasitas que vivem na superfície ou exterior do hospedeiro são chamados ectoparasitas; aqueles que vivem no interior, endoparasitas. O parasitismo pode variar em grau, isto é, há desde formas quase inócuas até as que causam a morte do hospedeiro.
Diferentemente do mutualismo, onde ambos os organismos são beneficiados, o parasitismo sempre é um jogo desbalanceado.
O fungo Ophiocordyceps unilateralis, tal como um fungo, vive como um fungo e apresenta a forma de um fungo, mas apresenta estratégias realmente muito “estranhas”: ele transforma formigas em zumbis! Isso mesmo. O fungo em questão não só é um parasita, como também manipula seu hospedeiro.

Quando os esporos do fungo, de alguma forma, entram no organismo de uma formiga, atacam em volta das fibras musculares e do cérebro da hospedeira, fazendo-a andar desordenadamente, em círculos ou até mesmo ter convulsões. Após algum tempo cambaleando, a formiga morde uma folha e fica presa ali, até morrer. Depois de alguns dias, como nos filmes de ficção científica, a cabeça da formiga é rompida, dando origem a uma massa de filamentos conhecida como micélio, ou hifas.
Durante todo o processo, as hifas alimentam-se do cérebro da formiga, que agora já está morta. Para aumentar a capacidade de disseminação de esporos, os fungos ainda produzem esporóforos – estruturas que elevam-se sobre o plano do micélio, onde são produzidos os esporos. Depois que o “broto” está plenamente formado, novos esporos são liberados no ambiente, reiniciando o ciclo de parasitismo.
O parasita do parasita
Para completar o ciclo de oportunismo, ainda existe um fungo que ataca o fungo que transforma as formigas em zumbis.  “A biologia é mais estranha do que a ficção, o parasita do causador das formigas-zumbis é também um fungo”, diz David Hughes, da Universidade da Pensilvânia e condutor do estudo.
O parasita secundário, ao entrar em contato com o hospedeiro infectado pelo Ophiocordyceps unilateralis, impede que o fungo que transforma as formigas se reproduza, pois  passam a limitar a produção de esporos e as hifas.  “Os parasitas efetivamente castram os fungos responsáveis pela transformação de formigas em zumbis”, diz Hughes.   Mas, isso não significa que a formiga infectada se salvará.  A pesquisa também relata o aspecto dinâmico que ocorre entre as três espécies.
Vale lembrar que isso tudo ocorre aqui no Brasil e alguns outros lugares do mundo. [PLos OneNature]